Alvor, Algarve
Incontornável como destino de praia, o Algarve é um dos locais a que mais gostamos de voltar. Foram tantas as férias que passei nas praias algarvias que, para mim, regressar ao algarve é quase como fazer rewind, para reviver esses momentos e lugares que tanto me marcaram. Não haverá praia mais bonita no mundo do que a Arrifana, especialmente com maré baixa, quando as ondas esmorecem e deixam para trás na areia fina um espelho de água, reflexo perfeito das altas arribas xistosas em que se aninha. Ou do que a cénica Cacela Velha, mistura idílica de ria e mar, ilha de areias douradas e águas transparentes, deitada aos pés de uma aldeia histórica, que com a seu casario baixo, caiado de branco e azul, coroa a paisagem majestosamente criada pela natureza. Este ano, depois de na última vez que visitámos o Algarve, em 2021, termos andado por Porches, optámos pelo Alvor, pequena vila piscatória, bem próxima de Portimão, que oferece ótimas praias, excelente gastronomia e uma hotelaria diversificada. A ideia era aproveitar a praia ao máximo e revisitar alguns locais: a ria de alvor e os seus passadiços, a igreja matriz e as ruínas do castelo, a zona ribeirinha de Portimão e as grutas da Ponta da Piedade. A verdade porém é que sucumbimos ao dolce far nient e passámos a maior parte dos dias embrulhados em areia e sal e os passeios que demos foram só os que os nossos passos descalços nos consentiram: pelo areal, ao fim de tarde, com o sol a dourar ainda mais as falésias e com as ondas a salpicarem-nos os sorrisos. Tirando isso, só interrompemos esta dolce vita para visitar as grutas da Ponta da Piedade, num passeio de barco que não iremos esquecer tão cedo, e para conhecer o novo Fun Art Museum de Portimão, onde nos divertimos como crianças (mesmo os adultos). Ainda assim trouxemos na bagagem mais do que levámos: muitas memórias de momentos passados em família e a recordação de paisagens incríveis. Bem, isso e alguns doces algarvios....
🎧 out of time, best youth
PONTA DA PIEDADE
De reconhecida beleza natural, a Ponta da Piedade, em Lagos, é formada por um cabo, que no topo da falésia atinge cerca de 40 metros de altura, e por várias formações rochosas, algumas em forma de gruta, que podem chegar até aos 20 metros de altura, com fisionomias variadas, formadas há mais de 7 milhões de anos, quando toda a zona estava ainda coberta pela água do mar, com a faixa costeira recuada vários quilómetros para o interior. Pela sua ligação ao mar, desde cedo foi considerada como um local sagrado, tendo sido objeto de ocupação humana pelo menos desde a idade do bronze. Atualmente, é acessível a pé, a partir de trilhos existentes no local, que terminam numa íngreme escadaria até ao mar, ou de barco, estando disponíveis vários tipos de passeios, organizados por diversos operadores turísticos, com programas mais ou menos completos. No nosso caso, optámos por uma passeio com a BlueFleet, com saída da marina de lagos, e duração aproximada de 1h15 minutos. O barco dispunha de todas as condições de segurança e quer a guia quer o condutor da embarcação foram incrivelmente simpáticos e solícitos, em especial com as crianças. Depois de sair da Marina e de passar ao largo da Fortaleza de Lagos, construída no final do século XVII, a viagem segue para a zona da Ponta da Piedade, passando por praias afamadas como a Praia D. Ana e a incrível Praia do Camilo. Já na Ponta da Piedade, é possível ver as várias grutas e formações rochosas que os locais, pela sua fisionomia, comparam às divisões de uma casa: há a sala de estar, a cozinha, o quarto e depois há as rochas que lembram um bolo da noiva, um elefante ou até um beijo. O mais impressionante, claro, são as grutas, a cujo interior os barcos acedem com inacreditável mestria, e onde é impossível não ficar maravilhado com tamanha beleza natural. Dependendo da hora do dia e da incidência da luz solar, a experiência poderá variar mas será sempre incrível. A água é completamente transparente e as aberturas na rocha por onde entra a luz conferem-lhe tons de azul absolutamente espetaculares. No final da visita, e antes de fazer o caminho de regresso, é ainda possível avistar ao longe a Praia da Luz e sua chaminé vulcânica. Sem dúvida uma experiência riquíssima, que tem apenas um senão: quem costuma enjoar terá fortes probabilidades de se sentir nauseado durante o passeio, pelo que poderá ser recomendável tomar um antiemético antes da viagem. Ainda assim, a pé ou de barco, será sempre uma atração a não perder.
FUN ART MUSEUM PORTIMÃO
Aberto ao público desde 2023, o Fun Art Portimão é uma exposição interativa de cenários (cerca de 40) que permitem fazer incríveis fotografias e que é muito divertido de visitar. É difícil de explicar, mas há algo profundamente cómico em ver a nossa cabeça servida numa bandeja e é impossível visitar este museu sem soltar umas valentes gargalhadas. Desde saltar de paraquedas a ser disparado por um canhão, tudo é possível neste espaço. A organização é excelente (com indicações do melhor local para fotografar cada um dos cenários e da melhor posição da camara em cada situação), as instalações são ótimas (e climatizadas) e as colaboradoras muito simpáticas e prestáveis. Não tem estacionamento próprio mas é fácil estacionar nas imediações, ficando na zona ribeirinha da cidade. Uma mais valia para o turismo local, a proporcionar uma experiência bem diferente do habitual em destinos de praia. Super Fun. Mesmo!
FICAR NO ALVOR
Para a nossa estadia no Algarve, procurávamos um hotel com regime TI, perto da praia, com oferta própria de piscinas e spa e várias opções no que respeita a alimentação. Encontrámos tudo isso no TIVOLI ALVOR ALL INCLUSIVE, um resort virado para um público mais familiar, com suites com capacidade até 4 hóspedes, várias piscinas, diversos restaurantes e excelentes infraestruturas. A arquitetura de todo o resort, dividido por villas, resulta muito bem e os espaços ajardinados (com pouca relva e uma notável preferência por plantas autóctones) são também bonitos. A zona das piscinas não é muito grande, e pareceu-nos bastante concorrida nas horas de maior calor, mas ao final do dia revelaram-se bastante tranquilas, com a água a uma boa temperatura e várias espreguiçadeiras disponíveis. A piscinal infantil, com escorregas e afins, afastada das 3 outras piscinas, é também muito boa e faz as delícias dos mais novos. Quanto a alimentação, o resort dispõe de 4 restaurantes e 2 bares. Dos restaurantes só experimentámos dois: o Ezzence, que funciona como restaurante principal, em regime buffet, com temas diários a dar o mote a uma variedade considerável de pratos, bem confecionados e com produtos de qualidade; e o Mad Med, restaurante de rodizio brasileiro, que funciona através de reserva prévia, onde comemos muitíssimo bem, num espaço mais exclusivo e tranquilo. Os outros dois restaurantes (Carosello e Roastic) não conseguimos experimentar, porque estavam já lotados para as datas da nossa estadia. Os bares são também muito bons, especialmente o Salty Bar, que se situa na zona das piscinas, com um horário de abertura das 11h00 às 23h00, e que entre as 12h30 e as 18h00 serve snacks: gelados, fruta laminada, pastelaria fina, frutos secos, queijos, camarão cozido e saladas são algumas das especialidades aqui oferecidas. Para além das bebidas, claro! Haverá por isso sempre algo para todos a qualquer hora do dia! Gostámos também muito da oferta de SPA do resort. Num edifício à parte, é um convite ao relaxamento a que será difícil de resistir. A carta de tratamentos é bem variada e o aconselhamento bastante profissional. Já quanto aos quartos, apesar de não serem grandes, pareceram-nos bastante confortáveis. A decoração é cuidada, as camas muito confortáveis e os produtos de higiene disponibilizados são também de qualidade. Nota máxima para os chinelos de quarto! É apenas um pormenor, mas eram mesmo confortáveis. Durante toda a estadia, foi feita a limpeza diária e a reposição de águas e cafés, pelo que não temos qualquer queixa a este respeito. Apesar de não estar localizado em frente ao mar, o acesso à praia é bastante fácil. Há duas opções: apanhar o comboio disponibilizado pelo hotel que deixa os hóspedes junto à praia de Alvor ou seguir a pé por um caminho que sai do hotel e que, depois de passar pelos jardins do Pestana vizinho (a que se acede por um portão que abre com o cartão do quarto) vai ter à Praia dos Três Irmãos. Optámos sempre por ir para a Praia dos Três Irmãos, e gostámos muito. Por fim, apenas uma nota quanto ao estacionamento, em relação ao qual li várias críticas negativas, para dizer apenas que o resort disponibiliza um estacionamento (só acessível a hóspedes), gratuito, sendo que o fato de ser em terra batida não me parece ser suscetível de causar qualquer constrangimento, nem aos hospedes, nem aos respetivos veículos, aparcados em segurança e de forma gratuita. Em suma, um ótimo resort familiar, com uma boa relação qualidade-preço, a proporcionar dias de férias com zero preocupações.